O Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas multou a Braskem em R$72 milhões nesta terça-feira (5).
Segundo a autuação, a empresa teria contrariado a licença de operação, que determinou que "toda e qualquer anormalidade deveria ser informada ao órgão". A multa correspondente a apenas essa infração é de R$ 2.027.143,92.
Desde 2018, a empresa, considerada a maior produtora de polímeros das Américas, acumula 20 autuações por parte do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas, incluindo a multa mais recente.
A reportagem procurou a Braskem por e-mail para comentar sobre a multa mais recente e às 19h39 recebeu esta nota:
"É inveridica a afirmação que a Braskem omitiu informações ao Instituto de Meio Ambiente (IMA). Foram feitas comunicações imediatas aos órgãos competentes, inclusive ao IMA, a respeito das alterações captadas nos dados da rede de monitoramento, bem como as medidas de segurança adotadas pela companhia, conforme condicionante da licença de descomissionamento da mina emitida pelo IMA."
A comunicação e informações trocadas entre a Braskem e os órgãos estaduais é um dos alvos da CPI da Braskem. O senador Renan Calheiros (MDB), mandou recado à empresa, pelo X (ex-Twitter), pedindo que ela forneça mais informações sobre o caso "de maneira espontânea."
Entenda o que aconteceu
O afundamento do solo em regiões da periferia de Maceió-AL acontece na área onde houve extração de sal-gema, cloreto de sódio usado para produzir soda cáustica e PVC. A exploração de sal-gema na área começou na década de 1970 e foi encerrada em 2019. Ao todo, são 35 minas.
A capital alagoana decretou estado de emergência na semana passada, depois que o afundamento do solo acelerou. O presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), permitiu que a capital alagoana faça um empréstimo de US$ 40 milhões.
No começo desta tarde,a Defesa Civil de Maceió informou que reduziu o nível de operações de alerta máximo para alerta a respeito do afundamento do solo.