Após receber críticas ao anunciar a conclusão do inquérito sobre o
assassinato do guarda municipal e tesoureiro do Partido dos
Trabalhadores (PT) Marcelo Arruda, a delegada da Polícia Civil do
Paraná, Camila Cecconello, afirmou que a perícia no celular do autor do
crime, o bolsonarista Jorge Guaranho, pode trazer novos elementos à
investigação e mudar o caso.
A
informação foi dada à repórter Isabela Camargo, da GloboNews, no fim da
noite desta sexta-feira (16/7). A declaração veio após intensas críticas
dos advogados da vítima, especialistas e até mesmo políticos sobre a
decisão de concluir o caso antes de peças importantes serem analisadas,
como o celular do assassino.
Ouvido na
sexta-feira pelo Correio, o doutor em direito e professor de direito
penal da Escola Superior de Advocacia do Rio Grande do Sul Marcelo Moura
afirmou que a perícia nos telefones celulares apreendidos poderiam, "em
tese, indicar premeditação”.
A delegada
explicou que a conclusão do inquérito sem o recebimento da perícia nos
aparelhos foi necessária para não acarretar em um prejuízo do caso.
“Temos um prazo a cumprir, sob pena de que o não cumprimento do prazo
pode acarretar a soltura desse suspeito, do réu, nós temos que relatar o
inquérito com os elementos que nós temos e claro aguardar”, explicou.
Ela
afirma que a apreensão dos celulares foi uma das primeiras medidas da
polícia, que entende a importância da perícia para o caso. “A primeira
providência que nós tomamos foi solicitar e foi tentar descobrir quem
estava na posse desse celular, e imediatamente representamos pela
apreensão do celular e pela autorização para acesso”, diz.
“E
extração dos conteúdos desse celular é importante sim, porque no
celular muitas vezes o autor pode ter comentado que ia fazer, pode ter
dado alguma opinião. Então, a análise do celular é muito importante sim e
pode trazer algum elemento novo na investigação”, afirmou Camila.
O
prazo para a entrega do inquérito terminaria na próxima terça-feira
(19/7). Apesar da declaração da delegada, mais cedo na sexta-feira
(15/7), durante a coletiva de imprensa para anunciar a conclusão do
caso, a força policial afirmou que antecipou o fim dos trabalhos porque
já tinha os elementos de que precisava para fazer o indiciamento e que
não havia necessidade de esperar todas as perícias — entre elas a do
celular do assassino.
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