Kamala Harris e Donald Trump seguem empatados na reta final da campanha

 

Kamala Harris e Donald Trump intensificam seus comícios neste domingo(3) em estados-pêndulo, uma tentativa de conquistar votos a dois dias de uma eleição presidencial muito acirrada que deixa os Estados Unidos e o resto do mundo em suspense.

A última pesquisa do New York Times/Siena mostra algumas mudanças nos estados em disputa, mas os candidatos seguem tecnicamente empatados, dentro da margem de erro.

No sábado, uma pesquisa respeitada colocou a vice-presidente democrata Kamala Harris três pontos à frente do ex-presidente republicano Donald Trump em Iowa, onde o conservador venceu em 2016 e 2020.

"Foi feita por um dos meus inimigos", acusou Trump neste domingo em um comício na Pensilvânia. "As pesquisas são tão corruptas", acrescentou.

Esse estado é um dos mais cobiçados dos sete estados-pêndulo, aqueles que não têm sido redutos nem do Partido Republicano nem do Democrata.

As chaves para a Casa Branca são conquistadas por uma diferença de apenas dezenas de milhares de votos nesses estados.

Na Pensilvânia, onde vivem centenas de milhares de porto-riquenhos, Trump pode pagar caro pelo comentário de um humorista que, em um de seus comícios, afirmou que Porto Rico é como uma "ilha flutuante de lixo".

"Corrupta"
"Estou competindo contra uma pessoa totalmente corrupta; na verdade, não estou competindo contra ela, mas contra uma máquina corrupta chamada Partido Democrata, um partido totalmente corrupto", afirmou Trump neste domingo.

"Vou acabar com a inflação, impedir a invasão de um grande número de criminosos que entram no nosso país", prometeu, referindo-se aos migrantes em situação irregular, segundo ele, sua prioridade número um.

O candidato republicano também voltará à Carolina do Norte (que ele já visitou duas vezes no sábado) e viajará à Geórgia.

Kamala aposta todas as suas fichas em Michigan, um símbolo do chamado "cinturão da ferrugem", região do meio-oeste dos Estados Unidos marcada pelo declínio industrial.

Mais de 76 milhões de pessoas já votaram nessas eleições fora do comum, com um presidente, Joe Biden, que se retirou da disputa em julho devido às pressões de seu partido e de dois atentados contra Trump.

A expectativa é máxima, com duas opções em polos opostos ideologicamente.

Kamala chamou Trump de "fascista". Ele fez o mesmo e, além disso, a rotula de "marxista" e "comunista".

Para além da retórica eleitoral, Kamala fez uma campanha focada no centro, enquanto Trump é o orgulhoso líder do movimento "Make America Great Again" (MAGA).

O republicano é o primeiro ex-presidente condenado criminalmente e com quatro acusações pendentes.

Uma mancha que não lhe trouxe prejuízos. Seus comícios são massivos, e seus simpatizantes parecem perdoar tudo.

Ela também enche auditórios com apoiadores que entoam "Não vamos retroceder" e "Sim, nós podemos", lema emprestado de seu amigo, o ex-presidente democrata Barack Obama, muito engajado na reta final da campanha.

A ex-promotora pede aos eleitores que "virem a página" sobre Trump, "uma pessoa instável, obcecada por vingança, consumida pelo ressentimento e em busca de um poder sem controle", segundo suas palavras.

"No primeiro dia, se Donald Trump for eleito, ele entrará naquele escritório com uma lista de inimigos; eu entrarei com uma lista de tarefas", repete desde terça-feira.

Na reta final, aumenta o medo de uma possível explosão de violência se Trump perder e se recusar a reconhecer a derrota, como fez em 2020.

Comício após comício, o republicano prepara o terreno ao dizer que há fraude e que os democratas estão "trapaceando".

É possível que se tenha que esperar dias para conhecer o nome do vencedor.

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