Ave do Parque Ibirapuera é vista sem pano preso no bico após mais de 10 dias de 'enrosco'

Uma ave moradora do Parque Ibirapuera, em São Paulo, passou dez dias 'enroscada' em uma situação inusitada. A biguatinga fêmea foi flagrada com um pedaço de pano preso em seu bico e resistiu a todas as tentativas de captura feitas por equipes de resgate. Foi somente na tarde desta sexta-feira, 15, que ela foi vista livre do empecilho.

Equipes da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) de São Paulo foram acionadas pela concessionária Urbia Parques após a ave ser vista com o lixo preso ao bico. Uma operação de resgate, coordenada pela Divisão da Fauna Silvestre (DFS), foi organizada, mas a ave não se deixou ser capturada.

Segundo a SVMA, sempre que as equipes se aproximavam, a biguatinga, que é ativa e de vida livre, voava ou mergulhava no lago do Parque Ibirapuera. Assim, a ave permaneceu sob monitoramento ao longo de dez dias até que, nesta sexta, foi flagrada já sem o pano no bico, informou a pasta. O caso levantou uma série de preocupações sobre os riscos do descarte incorreto de lixo.

Um levantamento feito pela DFS aponta que, desde 2017 até hoje, foram registrados 70 casos de animais silvestres, de 28 espécies diferentes, resgatados com problemas causados por lixo. A maior parte dos casos, 16 deles, consiste no resgate de periquitos-verdes, seguidos pelo periquitão-maracanã, seis no total.

Entre os animais resgatados pela divisão, 46 morreram, 20 foram recuperados e soltos e 3 não tiveram condições de retornar à natureza. Entre as causas de morte de animais silvestres, 12 foram provocadas por linhas de pipa. Também houveram óbitos por lacre plástico, cadarços, estopa, pedaços de plástico e pneus, entre outros objetos.

Para orientar a população sobre os riscos causados pelos materiais descartados, a SVMA aponta que prepara um manual com ações voltadas à sustentabilidade e à preservação do meio ambiente.  


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