Buscas pela última vítima dos deslizamentos de barreira seguem em Camaragibe

 

Seguem em Camaragibe, na noite desta quinta-feira (2), as buscas por mais uma pessoa atingida por deslizamentos de barreira no fim de semana passado. A babá Mércia do Nascimento, 43 anos, é a última vítima que falta ser achada na Região Metropolitana do Recife (RMR).

Após o fim dos trabalhos nas outras localidades afetadas, como Jardim Monte Verde, Vila dos Milagres e Bola de Ouro, os bombeiros continuam na comunidade do Areeiro, onde as casas de Mércia e da irmã dela, Ruth Soares da Conceição, 49, foram destruídas pela avalanche de terra do último sábado (28). Ruth foi encontrada na segunda-feira (31). Outras quatro vítimas, incluindo os dois filhos de Mércia, foram resgatadas com vida.

"Era uma pessoa muito querida e muito conhecida na localidade. Era brincalhona, não tinha inimizade com ninguém. E neste momento todo o nosso bairro está em luto, sentindo a perda", disse o comerciante Renan Rubens, 25, vizinho e sobrinho de consideração de Mércia.

Segundo Renan, o desmoronamento atingiu, além das residências de Mércia e Ruth, a casa de uma terceira irmã, Neide, que havia saído 20 minutos antes do deslizamento para visitar a filha em uma rua próxima. Desde então, os familiares acompanham as buscas em uma rotina exaustiva.

"Eu sei que não está mais aqui, mas eu acredito que, por todo o carinho que tem por ela, é o mínimo que a gente pode fazer. A família está esperando o corpo ser encontrado para fazer o sepultamento das duas irmãs juntas", contou.

Buscas

Com o fim dos resgates nas outras comunidades, a equipe que atua no Areeiro foi reforçada. De acordo com o comandante da operação, major Cleiton Silva, participam das ações ao longo do dia 70 bombeiros de Pernambuco, Bahia, Paraíba, Tocantins, Ceará, Santa Catarina e outros estados, além do apoio das Forças Armadas e da Defesa Civil.

Com a ajuda de cães farejadores, os profissionais tentam identificar o local onde está o corpo enquanto usam máquinas para retirar a lama. Entre as técnicas utilizadas, está a de "desmanche hidráulico", que consiste em jorrar água sobre o barro ressecado. 

"Podemos, sim, fazer o uso dessa técnica para facilitar a identificação e o acesso", explicou o major Cleiton Silva. "É um trabalho exaustivo e ininterrupto. Estamos aqui 24 horas, com turnos de um dia, e só paramos o nosso serviço quando resgatarmos a última vítima".

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