O dólar fechou na menor cotação em dois anos. A queda da moeda americana para R$ 4,66 e dos juros futuros abriram espaço, bem como a produção industrial acima do esperado, para alta de ações ligadas ao consumo. Ao mesmo tempo, a nova elevação nas cotações do minério de ferro na China impulsionaram a maioria dos papéis ligados ao setor.
Profissionais do mercado atribuem o alívio do câmbio à entrada de investidores estrangeiros e a vendas de exportadores no contexto de alta da Selic e perspectivas de aumento de commodities com a continuidade dos ataques da Rússia à Ucrânia. Embalado por sinais de entrada de fluxo de capital externo, o Ibovespa começou abril com valorização e rompendo a marca dos 121 mil pontos, patamar visto pela última vez há oito meses.A grande espera do dia - o relatório oficial de emprego dos Estados Unidos, o payroll - mostrou criação de 431 mil vagas de trabalho no terceiro mês do ano, ante projeção de analistas de 490 mil. A taxa de desemprego, por sua vez, caiu a 3,6% em março (previsão 3,7%).
Os dados provocaram leituras mistas. "O payroll mais fraco que o esperado corrobora a ideia de um Fed menos agressivo, o que dá espaço para os mercados continuarem respirando [avançando]", avalia Victor Miranda, sócio da One Investimentos.
"Complicado encontrar uma interpretação [única] para o payroll. O mercado de trabalho dos Estados Unidos está gerando emprego, mas abaixo do esperado. Provavelmente, o país está com dificuldade em encontrar pessoas para preencher essas vagas. Isso coloca o investidor um pouco com o pé atrás, tanto que as Bolsas americanas perderam fôlego. No entanto, o Ibovespa segue descolado. Juros ainda seguem altos aqui e é difícil, por ora, pensar em um dólar subindo. Ibovespa segue a todo vapor por causa do fluxo", diz o estrategista-chefe da Levante Ideias de Investimentos, Rafael Bevilaqcua.