As articulações entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL) têm se intensificado com vistas às eleições de 2026. Em entrevista ao "Direto de Brasília", meu podcast em parceria com a Folha de Pernambuco, Bolsonaro afirmou que deseja Lira ao seu lado em uma chapa majoritária.
“O Lira é um grande amigo meu e me dou bem com ele, dado em especial ao que ele fez no Parlamento junto ao governo federal, e nós vamos ouvir o Lira”, declarou.
Arthur Lira articula uma candidatura ao Senado Federal. Tem como principal adversário o senador Renan Calheiros, que já confirmou intenção de disputar a reeleição ao Legislativo Federal e deve contar com o apoio do presidente Lula. Renan Filho comanda, atualmente, o Ministério dos Transportes.
Senado
Bolsonaro também confirmou que o foco do PL para 2026 será garantir o
maior número de eleitos para o Senado Federal. “Eu recebi uma
incumbência do presidente do partido (Valdemar Costa Neto) de dar uma
atenção especial para o Senado.”
Plano
Ainda durante a entrevista exclusiva ao Podcast "Direto de Brasília",
Jair Bolsonaro afirmou que há um plano para tirá-lo do jogo político e
disse temer pela sua vida em uma eventual prisão. “Na verdade, eles
querem me matar. Querem dar um fim em mim. Lógico, coloca na cadeia, é
fácil eliminar um cara sem deixar provas de nada. Eu sou um
paralelepípedo no sapato deles. Eu não fui para o outro lado”.
Moraes
Indagado se concordava que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF),
Alexandre de Moraes, tem agido como seu algoz, assim como Sérgio Moro
foi o algoz político de Lula, o ex-presidente concordou. “Eu não devo
nada. Não tem crime nenhum da minha parte. Mas comigo parece que é algo
pessoal do Alexandre de Moraes. Não consigo entender outra coisa”, disse
taxativamente.
Golpe
Ele negou que tenha participado de uma tentativa de golpe e lembrou
estar fora do Brasil quando eclodiram os atos do 8 de janeiro. Na
avaliação de Jair Bolsonaro, a estratégia da Polícia Federal e do STF
tem sido a de prender aliados até conseguir confissões que possam
resultar na sua prisão.
Conversa
Jair Bolsonaro também confirmou ter conversado ontem com o presidente da
Câmara, deputado Hugo Motta. Ele falou durante entrevista exclusiva ao
Podcast Direto de Brasília. E o assunto foi a urgência ao PL da
Anistia. Em contagem recente dos aliados do ex-presidente na Casa, o
pedido de urgência para votação do PL da Anistia aos envolvidos dos atos
do 8 de janeiro contava com 233 assinaturas. São necessárias, no
mínimo, 257 para pautar a matéria.
“Ele (Hugo Motta) tem um carinho especial por mim e eu por ele”, disse
Bolsonaro. “Desde quando em campanha, ele falou que, a maioria dos
líderes querendo priorizar uma pauta, iria atender a maioria. Agora, não
precisa lembrar a ele disso aí. Ele sabe muito bem que isso está
acontecendo, e se a gente conseguir a assinatura, nós vamos colocar em
votação isso aí”, completou.
Inocência
O ex-presidente também voltou a defender sua inocência. “Não sei porque
resolveram me colocar no 8 de janeiro. Como, se eu não estava aqui? Você
lê o processo todo e não tem uma citação minha por troca de Zap. Então
por que eu estou lá?”, indagou.