Silvio havia viajado para o Nordeste acompanhado da esposa, outros familiares e amigos. O grupo estava hospedado em um resort de luxo, em Porto de Galinhas, no litoral sul de Pernambuco.
O empresário, a esposa e uma parte do grupo decidiram ir para Maragogi, que fica a cerca de 80 quilômetros, no Estado vizinho, em busca das famosas piscinas naturais com águas transparentes e muitos peixes que fazem a fama do chamado ‘Caribe brasileiro".
Quem era o empresário
Silvio Bispo Romão fundou, em 1988, uma empresa de transportes em São
Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. Ele fazia parte do quadro
diretivo do Sindicato Nacional dos Cegonheiros (Sinaceg), que representa
os transportadores de veículos automotivos. A empresa proprietária do
catamarã informou que ainda atende as vítimas e que se manifestará
oportunamente.
O empresário tinha ligações também com a Cooperativa de Consumo dos
Cegonheiros (Cooperceg), sediada em São Bernardo. Em nota, o Sinaceg
lamentou o falecimento e prestou homenagem ao seu diretor, Silvio Bispo
Romão, "grande companheiro de profissão e estrada".
Silvio foi um dos pioneiros nesse tipo de transporte na região do Grande ABC. Sua empresa foi fundada quando a região concentrava montadoras de veículos.
Como ocorreu o naufrágio
O naufrágio aconteceu na região da Praia de Barra Grande, a cerca de 3
km da costa. Quando o catamarã Ocean II, que levava 47 passageiros e
três tripulantes, começou a adernar, muitos pularam na água. O barco
virou e todos acabaram arremessados para o mar.
A esposa do aposentado foi resgatada pelo Corpo de Bombeiros com a ajuda
de embarcações que estavam na região. O piloto de uma moto aquática
tentou ajudar Silvio, mas ele afundou. Os bombeiros, que usaram até um
helicóptero no socorro, o recolheram das águas, mas o idoso já estava
morto quando chegou à unidade de saúde.
O corpo foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) e a previsão é de
que seja transladado para o sepultamento em São Paulo. Outras nove
pessoas, inclusive uma mulher grávida e um bebê de cinco meses,
receberam atendimento em unidades de saúde, mas todas já foram
liberadas, segundo a secretaria municipal de saúde.
A prefeitura de Maragogi informou que está dando todo suporte possível
aos familiares das vítimas. O município abriu uma sindicância para
apurar as circunstâncias do naufrágio. A Polícia Civil abriu inquérito e
começou a ouvir a tripulação, o dono do barco e testemunhas.
A Marinha do Brasil informou que abrirá um inquérito administrativo para
investigar as causas do naufrágio. Conforme a Marinha, a embarcação
Ocean II transportava 47 pessoas e três tripulantes. Os náufragos foram
resgatados por lanchas que estavam próximas do local.