Não houve simbolismo racial, festa da torcida ou histórico positivo na Arena Fonte Nova que fosse capaz de ajudar a Seleção Brasileira a sair da Bahia com uma vitória nas Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo de 2026. Em mais um jogo fraco tecnicamente, o Brasil ficou apenas no 1x1 com o Uruguai, nesta terça (19), encerrando o ano na quinta posição do torneio, com 18 pontos.
Homenagem
Capital com o maior percentual de negros no Brasil, Salvador foi escolhida para sediar o confronto diante da Colômbia, realizado na véspera do Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, que se tornou feriado nacional a partir deste ano. Nas arquibancadas, um mosaico com imagens de jogadores negros foi mostrado, exibindo atletas do passado, como Pelé e Garrincha, e do presente, caso de Vinícius Júnior, principal nome do país na luta contra o racismo no futebol.
O Uruguai demorou 20 minutos para chegar ao gol do Brasil, mas isso não significou que os visitantes passaram sufoco no começo do confronto. Por maior que fosse a posse de bola, o Brasil não entrava na área adversária.
Propositalmente, o Uruguai permitia que os zagueiros Marquinhos e Gabriel Magalhães tivessem liberdade para sair jogando - dupla que tinha menos qualidade na armação em relação aos meias. Quando a bola chegava nos pés de Bruno, Gerson e Raphinha, a marcação fechava os espaços. Danilo e Abner pouco contribuíram nas laterais.
Em dois chutes de Valverde, sendo um deles em falta, o Uruguai ficou próximo de abrir o placar na Arena Fonte Nova. No lado brasileiro, uma batida cruzada de Raphinha e uma cabeçada de Igor Jesus defendida por Rochet foram os lances que mais levantaram a torcida.
Castigo
Mais uma vez, Vinícius Júnior estava aquém do potencial que normalmente demonstra no Real Madrid. No primeiro tempo, os dribles não funcionaram, tampouco os chutes. No segundo, o camisa 7 teve uma ótima oportunidade, mas finalizou para fora.
No Real, Vini joga com Valverde e sabe bem que o companheiro de equipe tem o chute de fora da área como principal característica. Se na etapa inicial ele não acertou o alvo, agora o camisa 15 não desperdiçou. Com categoria, o meia bateu colocado e fez 1x0 para o Uruguai.
Luiz Henrique e Gabriel Martinelli, nas vagas de Igor Jesus e Abner, foram as primeiras alterações do técnico Dorival Júnior. Danilo virou um terceiro zagueiro. Vinícius passou a jogar mais centralizado.
Alívio
O chute de Valverde foi bonito, mas a resposta brasileira foi de mesmo nível (ou superior). Gerson aproveitou rebote e, de primeira, acertou o cantinho de Rochet para empatar o confronto.
Os minutos finais viraram ataque contra defesa. A torcida pediu e Dorival acionou Estêvão. O Brasil acelerou o jogo, mas o nervosismo em definir continuava atrapalhando. No fim, com vaias, a Seleção saiu do Nordeste sem vitória.
Essa, inclusive, foi a despedida da equipe brasileira em 2024. A Seleção só volta a campo no ano que vem, no dia 20 de março, contra a Colômbia.
Ficha técnica
Brasil 1
Ederson; Danilo, Marquinhos, Gabriel Magalhães e Abner (Gabriel
Martinelli); Bruno Guimarães (André), Gerson (Lucas Paquetá) e Raphinha;
Savinho (Estêvão), Vinicius Júnior e Igor Jesus (Luiz Henrique).
Técnico: Dorival Júnior.
Uruguai 1
Rochet; Varela, Giménez, Olivera e Saracchi; Valverde, Bentancur,
Ugarte; Pellistri (Puma), Maximiliano Araújo (Cristian Olivera) e Darwin
Núñez (Aguirre). Técnico: Marcelo Bielsa.
Local: Arena Fonte Nova (Salvador/BA)
Árbitro: Piero Maza (CHI)
Assistentes: Claudio Urrutia e José Retamal (ambos do CHI)
VAR: Juan Lara (CHI)
Gols: Valverde (aos 9 do 2ºT) e Gerson (aos 16 do 2ºT)
Cartões amarelos: Raphinha, Paquetá, Gabriel Magalhães (B); Ugarte, Varela (U)
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