A transição energética é um assunto que domina o mundo. No âmbito de geração de energias renováveis, o Brasil é protagonista. Para colocar essas discussões em evidência, o Fórum Nordeste, realizado pelo Grupo EQM, presidido por Eduardo de Queiroz Monteiro, acontece na próxima segunda-feira (2).
O Fórum acontece das 8h às 17h, no Mirante do Paço, no Bairro do Recife. Durante todo o dia, os convidados poderão conferir seis painéis com palestrantes e mediadores especialistas nos mais diversos temas que envolvem a transição energética.
De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do
Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar-PE) e presidente executivo da
NovaBio (Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia),
Renato Cunha, o papel aglutinador do Fórum Nordeste cria uma perspectiva
de investimentos para a região.
“O Fórum reúne palestras que envolvem investidores, empreendedores, especialistas do setor, e a academia com os professores das universidades”, afirmou.
Ao longo dos anos, o evento ganhou notoriedade no cenário nacional, com a presença de autoridades políticas.
“Eu acho que o Fórum tem essa capacidade de andar em sintonia. É importante que se valorize todo o trabalho de regulação que está sendo feito no Congresso Nacional e é importante a integração para que essas leis não fiquem numa discrepância com a realidade dos investimentos”, disse Cunha.
Para o presidente da Datagro, Plínio Nastari, a ocasião reúne as maiores expressões dos setores público e privado.
“O Fórum Nordeste, organizado pelo Grupo EQM, já se consolidou como o maior evento do setor sucroenergético no Nordeste e é uma oportunidade inigualável para que se realize o planejamento das atividades do setor no médio e longo prazo. É um evento que reúne formuladores de políticas públicas, empresários, fornecedores de equipamentos, trading companies, cientistas e academia”, pontuou Nastari.
Programação
Na solenidade de abertura, às 9h, os convidados assistem aos discursos de autoridades e a entrega do prêmio Fórum Nordeste.
Em seguida, às 10h15, ocorre o primeiro painel com o tema “Reforma Tributária e sua Importância para o Ambiente de Negócios do Brasil”, ministrado pelo secretário extraordinário da Reforma Tributária no Ministério da Fazenda, Bernard Appy, e com mediação de Renato Cunha.
Na reforma tributária, o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e a Contribuição Sobre Bens e Serviços (CBS) substituem cinco tributos (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS), como uma forma de simplificação.
“A gente tem que conviver com o advento da reforma e é importante que haja uma grande transparência desse momento importante do Brasil, que vai também ocorrer nos próximos 10 anos”, reiterou Cunha.
Na sequência, às 11h30, o vice-presidente de Assuntos Regulatórios da Stellantis, João Irineu Medeiros, aborda “Estratégia de Descarbonização e Desenvolvimento Local”. A mediação é do presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) e do Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol do Estado de Goiás (Sifaeg), André Luiz Baptista Lins Rocha.
A descarbonização está em evidência em setores fundamentais como na indústria, transporte e na geração de energia e é um dos processos importantes para a transição energética mundial.
A Stellantis, responsável pelo desenvolvimento do polo automotivo de Goiana, vem liderando esse processo não só no Estado, mas em âmbito internacional e tem investido em novas soluções voltadas que podem ser replicadas em outros segmentos industriais.
Custos
Já às 12h30, os convidados conferem o painel “Eletrificação da Economia e
Mercado Livre: Descarbonização com Redução de Custos da Cadeia
Produtiva”, com palestra do gerente de departamento de Soluções Verdes
Industriais da Neoenergia, Phyllipe Pinheiro Morais, e mediação da
diretora Comercial em Negócio Liberalizado, Rita Knop.
De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME), o primeiro semestre de 2024 fechou com incremento de 5,7 Giga watts (GW) de potência instalada na matriz elétrica brasileira.
O aumento representa um recorde dos últimos 27 anos. Segundo a agência, o crescimento foi puxado pelas 168 novas usinas que entraram em operação nesse período.
Com o presidente da Datagro, Plínio Nastari, às 14h30, acontece o painel “O Potencial do Brasil na Transição Energética”. A mediação é do presidente do Sindaçúcar Alagoas e vice-presidente do Coagro, da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), Pedro Robério Nogueira.
No Brasil, quase metade da energia disponibilizada (49,1%) vem de
fontes renováveis, enquanto as fósseis somam 50,9% da matriz energética,
de acordo com o Balanço Energético Nacional 2024, ano-base 2023,
divulgado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
“O potencial [do Brasil na transição energética] é muito expressivo,
porque o mundo inteiro está enfrentando o desafio da segurança alimentar
e da segurança energética. Os biocombustíveis produzidos de forma
sustentável e certificados representam uma alternativa viável, acessível
no preço, de implementação imediata, escalável, que permite a
descarbonização de uma série de setores e atividades, seja na área de
transportes, quanto em produtos estratégicos industriais que ainda
enfrentam dificuldade para promover descarbonização”, explicou Plínio
Nastari.
O 5º painel do dia acontece às 15h15 abordando “O Gás Natural como
Agente na Transição Energética”, com o diretor técnico comercial da
Copergás, Roberto Zanella. A mediação é de Plínio Nastari. Segundo a
Agência Internacional de Energia (IEA), desde 2010, a adoção do gás
natural tem contribuído para limitar o crescimento das emissões globais
de gases de efeito estufa.
Por fim, às 16h15, o secretário-executivo adjunto do Ministério da
Fazenda, Rafael Dubeux, realiza a palestra “Avanços no Brasil Rumo a uma
Economia de Baixo Carbono”. A mediação é do economista e diretor de
Inteligência Setorial da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e
Bioenergia (Unica/SP), Luciano Rodrigues. Uma economia de baixo carbono é
caracterizada pela redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE)
associadas à produção e ao consumo de bens e serviços.
O Fórum Nordeste 2024 é patrocinado pelo Grupo Neoenergia, Banco do Nordeste (BNB), Copergás, Caixa Econômica Federal, Sudene, FMC, Grunner, Cahu Beltrão e apoiado pelo Governo de Pernambuco, Fertine e NovaBio.
O apoio técnico é do Sindicato da Indústria do Açúcar e do álcool de Pernambuco (Sindaçúcar-PE).
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