O ex-presidente do Peru Alberto Fujimori, que foi libertado em dezembro por meio de um indulto humanitário, faleceu nesta quarta-feira (11) aos 86 anos em sua residência em Lima, onde se recuperou de um tratamento contra o câncer de língua, informou sua família.
"Após uma longa batalha contra o câncer, nosso pai, Alberto Fujimori, acaba de partir para o encontro com o Senhor. Pedimos a quem o apreciou que nos acompanhe com uma oração pelo eterno descanso de sua alma. Obrigado por tudo, papai!" , anunciaram seus filhos Keiko, Hiro, Sachie e Kenji Fujimori na rede social X.
O médico pessoal de Fujimori, Alejandro Aguinaga, disse à imprensa,
horas antes do anúncio da morte, que o ex-presidente vinha “lutando pela
vida”, e pediu que respeitassem a privacidade da família.
Fujimori estava morando na casa de Keiko, no bairro de San Borja, em
Lima, desde dezembro de 2023, quando foi libertado por meio de um
indulto humanitário.
Em maio último, foi detectado um tumor maligno na língua de Fujimori,
que já vinha sofrendo por mais de 27 anos com uma lesão cancerígena no
mesmo órgão. Antes disso, em 2018, o ex-líder afirmou que tinha um tumor
no pulmão.
De acordo com uma porta-voz, que foi à porta da frente da casa falar com
repórteres, o velório do ex-presidente será a partir desta quinta-feira
(12).
Cadeira de rodas
Alberto Fujimori foi visto publicamente pela última vez na semana
passada. Estava saindo de uma clínica no distrito de Miraflores, onde se
submeteu a uma tomografia, e apareceu em uma cadeira de rodas,
acompanhado dos filhos Keiko e Kenji.
Ex-ditador, Fujimori governou o Peru com mão de ferro de 1990 a 2000. A
gestão dele foi marcada por escândalos de corrupção e violações de
direitos humanos. Ele aplicou um autogolpe em 1992 com apoio das Forças
Armadas e saiu apenas em 2000, foragido para o Japão, após diversos
escândalos no seu governo.
O ex-presidente, que tem origem nipo-peruana, derrotou a guerrilha
maoísta do Sendero Luminoso, cujos principais líderes foram presos.
Fujimori foi condenado a 25 anos de prisão por dois massacres contra
civis perpetrados por um esquadrão do Exército peruano no início da
década de 1990. Ele deixa quatro filhos e cinco netos.
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