Duda e Ana Patrícia vencem canadenses no tie-break e conquistam ouro no vôlei de praia


 Foi na base da emoção. Nesta sexta-feira (9), Duda e Ana Patrícia precisaram do tie-break para superar as canadenses Melissa e Brandie por 2 sets a 1 (26 a 24, 12 a 21 e 15 a 10). A conquista pôs fim ao hiato de medalhas que o vôlei de praia sofreu em Tóquio 2021. 

Logo nos primeiros pontos, a estratégia canadense ficou bem clara, sacar em Duda e tirar a possibilidade que Ana Patrícia pudesse atacar. Uma das melhores sacadoras de todo torneio olímpico, Melissa teve uma boa passagem logo na primeira oportunidade que teve. 

Também principal bloqueadora na Olimpíada, Brandie incomodava o ataque brasileiro, ajudando a defesa da parceira. Uma alternativa encontrada pelas brasileiras foram as bolas rápidas de segunda. 

Outra resposta dada pela dupla brasileira foi no side-out, ou seja, nas fases de recepção, levantamento e ataque. As brasileiras passaram a optar por um ataque mais longe da rede, podendo ter uma visão mais ampla do ataque e escolhendo as melhores opções. 

E dessa forma o Brasil foi diminuindo uma diferença que era acima dos cinco pontos, até a virada já na reta final do set. Mas as canadenses venderam muito caro a parcial e Duda e Ana Patrícia tiveram que suar muito para fechar em 26 a 24. 

O segundo set começou muito equilibrado, com as equipes trocando ponto a ponto. A liderança no placar inverteu de lado algumas vezes e o equilíbrio permanência como a tônica do duelo. 

No meio da parcial, Melissa e Brandie passaram a incomodar um pouco mais, principalmente com os saques, que quebravam a condição do passe brasileiro. Assim, as canadenses preencheram melhor o fundo de quadra na defesa e ainda voltaram a abusar das bolas de segunda. Sem muitas dificuldades, o segundo set foi de 21 a 12 para o Canadá. 

A medalha do ouro seria definida no tie-break. Em um set mais curto, seria fundamental largar na frente e assim fizeram as brasileiras, baseado em uma defesa mais ativa e em boas escolhas no ataque. 

As canadenses até buscaram uma reação, mas não foi o suficiente. As brasileiras tiveram sangue frio e fecharam o tie-break por 15 a 10, subindo ao lugar mais alto do pódio -

Retomada do vôlei de praia 

A conquista de Duda e Ana Patrícia surge como um marco de ressurgimento para o vôlei de praia brasileiro e para a própria dupla. Depois do Brasil não conquistar medalha em Tóquio 2021, primeira vez que isso aconteceu desde que a modalidade entrou no programa olímpico.

"Estou tentando processar ainda. Nunca nos deslumbramos por sermos as primeiras do ranking e sempre acreditamos no nosso trabalho. Depois de 2020 (Jogos de Tóquio), recebi tanta mensagem de ódio, de pessoas que queriam que eu desistisse, mas tenho que agradecer a muitas pessoas, a Deus e a mim. Mereci viver isso com a Duda", disse Ana Patrícia em entrevista à TV Globo após o jogo.

A conquista chega para recolocar o país de volta ao topo, depois de um breve período de desconfiança da torcida brasileira. O Brasil é de longe quem tem mais conquistas na modalidade, são 14, sendo quatro de ouro, sete de prata e três de bronze. 

O ouro também coroa o ciclo da dupla. Duda e Ana Patrícia são a dupla número um do ranking mundial, mas chegaram a Paris não tão bem credenciadas. As brasileiras tiveram algumas dificuldades neste ano. Diferente do ano passado, não conquistaram etapas importantes no circuito mundial, mas deixaram para crescer na hora certa. 

"Sabemos da nossa responsabilidade. O fato de sermos ranking 1 e favoritas não mudou nada. Do primeiro ao último jogo procuramos fazer o nosso melhor porque o ranking não seria o responsável por ganharmos as partidas”, declarou Ana Patrícia. 

Na campanha da vitória, as brasileiras entraram em quadra em sete partidas e saíram da disputa olímpica invictas. Foram apenas dois sets perdidos nos 16 que foram disputados em Paris.   

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