Pernambucanos passaram por momentos de tensão nos ares, após um avião, que partiu do Aeroporto Internacional de Lisboa e fazia o voo TP15 da TAP, apresentar problemas técnicos e, depois de mais de uma hora, ter que voltar a Lisboa, capital de Portugal. O fato aconteceu na madrugada do último sábado (3). O avião é um airbus 321 Long Range.
Os passageiros indicaram que a aeronave já havia apresentado problemas, num voo anterior, e decolou com uma hora de atraso. Ela margeou a costa africana, por cerca de três horas, até voltar à capital portuguesa, onde aguardou autorização para gastar combustível e pousar.
Porque o gasto do combustível?
O procedimento de gastar o combustível é necessário para diminuir o peso
do avião, tornando o pouso seguro. Isso acontece em ocasiões raras.
Tensão
O avião estava com 198 passageiros. Após o susto, eles foram acomodados num hotel de Lisboa.
Quem estava no voo foi a jornalista pernambucana Sabrina Medeiros. Ela afirmou que os passageiros foram avisados da falha técnica na aeronave, ainda antes de embarcarem. A companhia havia dito ainda que estava tentando "dar um jeito" para resolver a situação.
"O avião ia sair às 23h40 da sexta-feira (2), rumo ao Recife. Então, eles disseram, lá no aeroporto, que o voo estava atrasado por conta de problemas na aeronave, mas que a gente ia conseguir viajar naquele mesmo dia. Todos estavam com receio, mas quando foi perto da 1h30 [do sábado, 3], os passageiros começaram a embarcar", relatou ela, em entrevista à Folha de Pernambuco.
Enquanto o avião passava por cima do oceano, próximo ao Marrocos, segundo a jornalista, o piloto avisou aos passageiros que tinha sido orientado a voltar a Lisboa, porque estava com um problema no sistema do avião. Com isso, a viagem não podia continuar.
"Todo mundo ficou muito tenso, a partir desse momento. Ele voltou a viagem. Foi uma hora para voltar [a Lisboa]. Quando chegamos em cima de Lisboa, a gente achou que ia descer. Mas não desceu. Foi aí quando ele [o piloto] fez a comunicação com os passageiros e todo mundo ficou muito nervoso. Teríamos que gastar combustível, porque a aeronave estava muito cheia. Era combustível suficiente para sete horas e meia de viagem. Ele [o piloto] disse que, se aterrissasse, a gente corria o risco de explosão. Era como se a qualquer momento ele fosse descer, mas não descia. Então, ele parecia uma montanha russa. Descia e subia um pouco, descia e subia um pouco em círculos. Isso ficou acontecendo por três horas", complementou.
Sabrina dimensionou ainda que os passageiros ficaram ainda mais chocados com o que estava acontecendo por causa do nervosismo dos comissários e da voz do piloto, quando ia emitir algum aviso a todos os que estavam ocupando aquela aeronave. "Tomamos dimensão de que o problema era muito sério a partir desses elementos", salientou.
"Quando ele conseguiu pousar, tivemos que sair correndo do avião. Algumas pessoas esqueceram até passaporte lá dentro e outras coisas. Começaram imediatamente a tirar as malas. Eu não vi se tinha Bombeiros, porque foi muito tenso. Entramos nos ônibus, de imediato. O desembarque foi muito rápido e fomos para o saguão do aeroporto. Foi aí que começou uma saga muito difícil e sem nenhum tipo de suporte, da TAP", detalha.
Drama com hotel e alimentação
No saguão do aeroporto, Sabrina afirmou ainda que não tinha qualquer
pessoa que oferecesse suporte aos passageiros. Posteriormente, um
funcionário da companhia aérea pediu para que formassem uma fila. Foi aí
que cada um recebeu um voucher de €6 (equivalente a R$ 37,50).
"Depois de a gente reclamar bastante, apareceu um voucher para que fôssemos a um hotel, que é até bom. Ainda tivemos outra complicação com a alimentação, porque disseram que só teríamos direito a isso no aeroporto. Ou seja, não poderíamos comer no hotel. Reclamamos muito e nos deram um outro voucher de almoço no hotel também. Foram quatro vouchers de lanche, um de almoço e outro do hotel", continuou Sabrina.
Os imbróglios continuaram, na imigração portuguesa. Mesmo após o acontecimento e de já terem passado pelo setor, os passageiros tiveram que repetir todo processo no local para seguir, mas sem prioridade.
"Eles riram na nossa cara e disseram que não teríamos prioridade. Depois, esperamos um ônibus, que só chegou perto das 11h30 e nos levou para o hotel. Chegando lá, nos informaram que não teria quarto para todo mundo e que teríamos que esperar, até 14h, no saguão do hotel, até que surgissem quartos disponíveis. Ficamos todos deitados no chão", expôs.
Com a palavra, a TAP
A reportagem entrou em contato com a TAP Air Portugal,
que disse, por meio da assessoria de imprensa, que "o voo regressou a
Lisboa devido a uma questão técnica na aeronave e que os passageiros
foram acomodados num hotel e foram transportados ontem (sábado, 3), à
noite.
Ainda segundo a empresa aérea, os passageiros chegaram no Recife às 3h21 (horário local). Eles partiram num avião airbus A330, com as mesmas pessoas do voo de origem e do regular do dia.
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