Com uma multidão lotando as areias da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, Madonna subiu ao palco para o encerramento da “The Celebration Tour”, na noite deste sábado (4). A maior apresentação da carreira da diva pop norte-americana celebra os seus 40 anos de trajetória musical. Segundo a Riotur (empresa municipal de turismo), o evento atraiu 1,6 milhões de pessoas.
Repetindo o que ocorreu em outras cidades por onde a turnê passou, o show do Rio teve atraso. Estava previsto para começar às 21h45, mas só teve início por volta das 22h40. Nada fora do esperado, levando em conta o histórico de Madonna, que chegou a ser processada por fãs de Nova York, em janeiro deste ano, por atrasar mais de duas horas em todas as suas apresentações no Barclays Center.
Bob The Drag Queen, mestre de cerimônias da “The Celebration Tour”,
deu as boas-vindas ao público, antes da entrada de Madonna. Usando um
vestido de Maria Antonieta, que faz referência ao look da cantora em
“Vogue”, a drag queen passeou entre a plateia da área vip e introduziu a
apresentação, falando um pouco sobre a biografia da artista. Nos
telões, cenas de diversas fases da carreira da norte-americana.
Quando finalmente apareceu em cena, Madonna vestia um casacão preto,
com uma coroa na cabeça, ao som de "Nothing Really Matters". Com uma
rápida troca de roupa, ela cantou "Everybody" e saudou o público pela
primeira vez. Após "Into the Groove", ela parou para “conversar” com os
fãs. Com uma garrafa na mão, afirmou que estava no “lugar mais bonito do
mundo” e relembrou o início de sua carreira, cantando em bares de Nova
York.
Homenagem
Um dos momentos mais emocionantes da “The Celebration Tour”, de Madonna,
costuma ser durante a música “Live to Tell”. Não foi diferente no show
do Rio de Janeiro.
Ao interpretar a faixa do álbum “True Blue”, a Rainha do Pop costuma fazer uma homenagem às pessoas mortas pela AIDS nos anos 1980 e 1990. Fotos de diversas vítimas da doença são exibidas no telão.
No Brasil, o momento incluiu brasileiros como os cantores brasileiros
Cazuza e Renato Russo, o sociólogo Betinho e a atriz Sandra Bréa.
Ídolos internacionais, como o cantor Fred Mercury, também tiveram suas
imagens exibidas.
Outra hora em que a emoção correu solta foi quando a cantora agradeceu
ao apoio da comunidade LGBTQIA+ ao longo de sua carreira, especialmente
no início. “Nada de medo. Eu vou lutar por vocês até o dia da minha
morte”, prometeu. Madonna chegou a cantar, à capela, um trecho de
"This Little Light of Mine", no único momento do show em que abandonou o
uso do playback.
Participações brasileiras
Anitta foi umas das convidadas por Madonna para participar do seu
histórico show em Copacabana, no Rio de Janeiro, neste sábado (4). A
cantora brasileira foi jurada em um momento que homenageou a cultura
ballroom.
Após a apresentação de “Vogue”, Anitta e Madonna assistiram às apresentações de voguing, levantando plaquinhas como de “nota 10”. Em determinado momento, dançarinos chegaram a dançar no colo das artistas.
A cultura ballroom foi criada nos anos 1970, por pessoas trans e queers negras, principalmente no Harlem, bairro de Nova York, nos Estados Unidos. Funciona como uma competição amigável, em que os participantes desfilam mostrando suas habilidades performáticas e figurinos elaborados.
O Brasil e sua cultura também foram homenageados durante a passagem da “The Celebration Tour” pelo Rio de Janeiro, neste sábado (4). Para isso, Madonna recebeu no palco a cantora e drag queen Pabllo Vittar, além de uma bateria formada por crianças ritmistas de escolas de samba e comandada por Pretinho da Serrinha.
Os convidados acompanharam a Rainha do Pop ao som de “Music”. No telão foram exibidas imagens de brasileiros ilustres, como Paulo Freire, Marina Silva, Gilberto Gil, Erika Hilton, Mano Brown e o cacique Raoni.
Vestidas com camisas da seleção brasileira de futebol, Madonna e
Pabllo levantaram e balançaram a bandeira do País diversas vezes. As
duas dançaram juntas e, em determinado momento, a brasileira pegou a
diva do pop no colo, levando o público a reagir com gritos.
Filhos
Provando ser uma "mãe coruja", Madonna trouxe ao Brasil quatro dos seus
seis filhos. Eles tiveram participações marcantes ao longo do
show. David Banda, de 18 anos, surgiu representando o cantor Prince,
tocando sua guitarra, durante "Like a Prayer". Depois, em “La
Isla Bonita”, acompanhou a mãe ao violão.
Mercy, 18, mostrou o seu talento ao piano, executando "Bad Girl", do
álbum "Erotica". Já a pequena Stere, de 11 anos, encantou com sua
personalidade no momento ballroom, servindo como DJ e, depois,
participando tambpem do desfile de bailarinos. As duas garotos
retornaram ao palco mais tarde, junto ao corpo de bailarinos da mãe,
durante a canção "Music".
Despedida
Chegando ao fim de sua apresentação, Madonna promoveu uma volta aos anos
1980, homenageando o amigo Michael Jackson, que morreu em 2009.
Enquanto fotos dos dois eram exibidas, as sombras de bailarinos
caracterizados como eles dançavam ao som de um mashup de "Billie Jean",
do Rei do Pop", e "Like a Virgin", sucesso da cantora.
Antes de sair de cena, a artista ainda levou para o palco seus
bailarinos caracterizados com figurinos de diferentes fases da sua
trajetória musical. O "grand finale" foi embalado "Celebration", com
trechos de "Music", encerrando uma apresentação definitivamente
histórica.