Diante de uma crise que se arrasta entre municípios que não conseguem fechar suas contas positivamente, o presidente da Associação Municipalista de Pernambuco e prefeito de Paudalho, Marcelo Gouveia, aposta em boas notícias até o fim da Marcha dos Prefeitos, que acontece em Brasília até quinta-feira. Hoje o encontro será aberto oficialmente às 9h e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve participar.
A Confederação Nacional dos Municípios espera ansiosamente por isso. Quer contar ao chefe do Executivo nacional que, em 2019, o Congresso dificultou ainda mais a situação dos gestores com a Reforma da Previdência.
O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, rememora que brigas paroquiais - de prefeitos com deputados, de deputados com senadores - acabaram gerando o que ele tachou de "ingratidão federativa".
Listou uma pauta que envolve discussões sobre a desoneração da folha de pagamento, endividamento e pagamento de precatórios. Hoje 2.380 municípios têm algum precatório a pagar, uma dívida que chega a R$ 198 bilhões.
Os prefeitos contam com a aprovação da emenda 06 à PEC 66/2023 no Senado para tornar a desoneração da folha uma medida permanente. "Hoje, temos R$ 248 bilhões de dívidas só no registro geral e, se nada for feito, daqui a pouco essa dívida chega a um trilhão de reais”, estima Ziulkoski. Ele espera que a tal ingratidão seja transformada em solidariedade federativa.
Gouveia assina embaixo. No fim da tarde, os quase cem prefeitos pernambucanos se reúnem com a bancada federal na Câmara dos Deputados. "O momento é de fortalecer o municipalismo. Apesar de estarmos em um ano eleitoral, temos assegurado e expandido a participação na marcha", aposta Gouveia.