Instalada em Paulista há quase 30 anos, as vagas foram abertas para vários níveis, em diversas especialidades, tanto no setor de produção quanto no administrativo. E, no começo deste ano, a companhia contratou mais 100 pessoas para a área de apoio, que faz peças a serem usadas na linha que faz o produto final. "Estava previsto um aumento alto da demanda para o segundo semestre do ano passado por causa do verão de 2023 e depois o Carnaval. Mas a onda de calor nos supreendeu ainda mais. O consumidor final procurou mais sorvetes e bebidas geladas, os nossos clientes demandaram mais equipamentos, mais pontos de vendas para abrir e isso acabou chegando à indústria", resume o superintendente de operações da Fricon, Michael Matos.
A Fricon não faz equipamentos para o consumidor final, mas para as empresas que vendem bebidas e cervejas. "Redimensionamos a produção e abrimos mais um turno desde setembro do ano passado", comenta Michael. Desse modo, a linha de produção principal da empresa passou a ter dois turnos e a de apoio já funcionava em dois turnos, mas hoje conta com mais trabalhadores.
O aumento da produção da empresa variou de 35% a 40, segundo Michael. A fábrica não tem capacidade ociosa. "No nosso planejamento, fizemos uma estratégia para que esta demanda continue o ano todo", conta Michael. A sazonalidade de vendas na Fricon, que tenderia a crescer no verão e a cair no inverno, não está sendo mais identificada. "Há uma tendência, que mesmo no inverno, a produção continue em alta, pelo que o calor gerou de oportunidades para a gente e os nossos clientes". Michael não revela os números de faturamento.
Como o calor segue firme e forte, o superintendente diz que vem mais boas novas por aí. A empresa estuda a possibilidade de abrir, ainda este semestre, mais um turno para incrementar a linha vertical de equipamentos, voltado para setor de bebidas. Isso significaria mais investimentos e geração de novos postos de trabalho.
A unidade da Fricon no Brasil
Atualmente, mais de 900 pessoas trabalham na fábrica da empresa em Paulista. De origem portuguesa, a companhia instalou uma unidade em Pernambuco em 1996 com a finalidade de exportar este tipo de equipamento. A matriz tem sua sede na Vila do Conde, no Norte de Portugal, há mais de 50 anos.
A empresa trabalha com gases ecofriendly, que é o R-290. "Ele não impacta a camada de ozônio e nem contribui para o efeito estufa", afirma Michael. Durante muito tempo, os gases emitidos pelos equipamentos de refrigeração foram considerados vilões do aquecimento global.
A partir da fábrica de Paulista, a Fricon atende o mercado empresas como Carrefour, Nestlé, Grupo Heineken - que além de dono da marca de cerveja de mesmo nome tem a Amstel e Eisenbahn -, a Cervejaria Cidade Imperial ( proprietária da Cerveja Império) e a Coca Cola. No Brasil, são mais de mil revendedores usando os equipamentos fabricados pela empresa.