Às vésperas da retomada dos trabalhos legislativos, a governadora Raquel Lyra (PSDB) entrou no Supremo Tribunal Federal (STF) com uma ação direta de inconstitucionalidade contra trechos da Lei de Diretrizes Orçamentárias aprovada pela Assembleia Legislativa de Pernambuco em setembro do ano passado.
Questiona, entre outros pontos, a necessidade de mudanças no orçamento dos demais poderes precisarem de autorização da Alepe; a imposição de um prazo para o Estado regulamentar leis pendentes. a obrigatoriedade do pagamento das emendas parlamentares até o mês de junho, antes do período eleitoral; e o repasse para os outros poderes se a arrecadação for maior que a prevista.
Segundo a Adin, o Estado terá que repassar R$ 384 milhões se o STF não considerar a ação do Executivo. Alegou inconstitucionalidade e contrariedade ao interesse público. Mesmos argumentos usados para vetar todas as alterações feitas pelos deputados à LDO.
Em outubro, por 30 votos a favor e dez contra, os parlamentares derrubaram os vetos da governadora. A ação havia sido articulada pelo presidente da Casa, deputado Álvaro Porto (PSDB), defensor da autonomia do Legislativo e da derrubada dos vetos da gestora. Durante a discussão, ele registrou que os acordos encaminhados pelo Governo não haviam sido favoráveis à Casa.
Deputados ouvidos em reserva ontem à noite disseram não ter estranhado a atitude da governadora e admitem que a ação é um instrumento constitucional. As eleições municipais devem apimentar ainda mais a relação entre Executivo e Legislativo.
A presidência da Alepe informou que a Casa não havia sido notificada, e, quando acionada, avaliará as medidas que vai adotar. A ação direta de inconstitucionalidade foi protocolada no STF no dia 25 e ficará sob a responsabilidade do ministro André Mendonça.
