George Washington de Oliveira Sousa, preso por planejar atentado à bomba próximo ao Aeroporto de Brasília, teria escrito uma carta a Jair Bolsonaro, afirmando que o ex-presidente “despertou esse espírito em nós” ao mencionar centenas de apoiadores dele que foram ao Distrito Federal contra a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.
George foi preso em 24 de dezembro e confessou, em depoimento, que planejou a ação com manifestantes do Quartel-General (QG) no Exército. Segundo ele, o objetivo era instalar explosivos para "dar início aos caos" e levar à "decretação do estado de sítio". Os apoiadores de Bolsonaro acreditavam que a medida poderia provocar uma eventual intervenção das Forças Armadas.
De acordo com o jornal O Globo, o rascunho da carta foi encontrado pela Polícia Civil no celular dele, mas não há detecção de que o documento tenha sido enviado ao ex-presidente.
O documento divulgado pela reportagem mostra que George conta que é gestor de postos de gasolina no Pará e teria ido até Brasília logo após o resultado das eleições, para se manifestar contra o resultado. “Longe da minha família, esposa, filhos e negócios, jamais desistirei da nossa Pátria”, afirma.
Ele também escreve que onde “senhor presidente saltar em pé, eu salto de cabeça” e afirma que teve sua primeira arma aos 17 anos. O suspeito também diz que é CAC, com experiência em armamento militar de precisão, e que tinha os “equipamentos prontos e em condições”.
George chega a pedir autorização a Bolsonaro ou a qualquer outro órgão militar para permanecer armado no acampamento do quartel-general do Exército. “Jamais para confrontar forças Militares, mas para nos defender”, alega na carta.
De acordo com O Globo, a perícia constatou que o documento é de 14 de dezembro do ano passado.