Lula, Bolsonaro e Padre Kelmon foram os principais
responsáveis pelas intervenções do apresentador. Logo no primeiro bloco
do debate, houve uma sequência de três pedidos de resposta feitos por
Bolsonaro e Lula. Em seguida, a equipe de análise do debate negou um
quarto pedido feito pelo petista. O clima esquentou entre os candidatos,
e Bonner precisou intervir e dar a primeira bronca ao vivo nos candidatos à Presidência da República.
"Eu
vou pedir aos candidatos que, em respeito ao público, procurem manter
um nível de tranquilidade adequado para um ambiente democrático que nós
pretendemos que seja esse debate", pediu o apresentador.
Já no terceiro bloco, uma discussão entre Lula e Padre
Kelmon gerou mais uma bronca por parte de Bonner aos candidatos. Padre
Kelmon escolheu o petista para fazer uma pergunta sobre corrupção. O
candidato do PTB quis saber porque Lula é próximo de "gente que foi
presa" e afirmou que ele era chefe de esquema de corrupção.
"O candidato está desinformado ou só lê o que quer",
respondeu Lula, que se irritou por ser interrompido diversas vezes por
Padre Kelmon. Bonner disse ao candidato do PDT que ele deveria respeitar
as regras do debate e aguardar o espaço de fala do oponente. "Candidato
Kelmon, não consigo entender. O senhor compreendeu que tem regras o
debate?", questionou o jornalista.
Lula aproveitou que Bonner chamou a atenção de Kelmon para chamá-lo de "candidato laranja" e "padre fantasiado".
Ao
longo do debate, foram contabilizados 19 pedidos de resposta, quase o
dobro da quantidade registrada no debate anterior, realizado por Terra, SBT, Estadão/Eldorado, Nova Brasil FM, Veja e CNN Brasil.
Novo
pedidos foram feitos por Bolsonaro, seis por Lula, dois por Soraya
Thronicke, um por Simone Tebet e outro pelo Padre Kelmon.
Sem confronto direto
Em
nenhum momento, Bolsonaro e Lula ficaram frente a frente. Pelas regras
do debate, no terceiro bloco, o presidente teve a oportunidade de fazer
uma pergunta a Lula, mas optou por questionar o candidato Luiz Felipe
D’Avila (Novo).
Lula não teve a chance de se dirigir
diretamente a Bolsonaro, mas houve embate entre os dois por meio dos
pedidos de direito de resposta, principalmente no primeiro bloco, quando
os ânimos se exaltaram entre os dois.
Outros embates
O
debate também teve embates entre outros candidatos. Ciro Gomes (PDT)
gaguejou logo em sua primeira pergunta a Lula sobre o tema da
desigualdade social. O petista rebateu ao citar algumas de suas ações
focadas nos mais pobres e dizer que o candidato do PDT parecia "estar nervoso".
Já Padre Kelmon fez 'dobradinha' com Bolsonaro, mais uma vez, assim como no debate realizado por Terra,
SBT, Estadão/Eldorado, Nova Brasil FM, Veja e CNN Brasil. Kelmon usou
parte de seu tempo para elogiar o presidente e atacar a esquerda.
Em uma das perguntas de Bolsonaro a Simone Tebet (MDB), o presidente resolveu usar o tempo para cutucar Lula ao abordar o caso de Celso Daniel
- ex-prefeito petista de Santo André (SP) assassinado em 2002, sob
suspeitas de envolvimento da burocracia do partido. Tebet criticou a
pergunta e sugeriu que o presidente falasse sobre a fome, além de
afirmar que Bolsonaro não tinha coragem de abordar o tema diretamente com Lula.
Apesar de provocar o adversário em diversas ocasiões,
Bolsonaro preferiu não confrontar diretamente Lula em nenhuma das
perguntas.
Soraya Thronicke (União) questiona Padre Kelmon (PTB):
Soraya aposta em frases de efeito
Soraya apostou em frases de efeito
durante suas perguntas direcionadas ao Padre Kelmon. A candidata o
chamou de "cabo eleitoral do presidente" e também questionou se ele não
se "envergonhava de defender um governo que atrasou a chegada das
vacinas" ao País.
Ela também perguntou se o padre não "teria medo de ir para o inferno por suas mentiras". Depois, chegou a chamá-lo de "padre de festa junina".
Ainda durante o debate, ela reforçou que o maior cabo eleitoral de Lula é Jair Bolsonaro e cobrou respeito do presidente ao ser chamada por ele de candidata laranja.