Sumiço de 43 estudantes no México teve participação de militares

Sumiço de 43 estudantes no México teve participação de militares

 

Os militares mexicanos têm responsabilidades no desaparecimento de 43 estudantes de Ayotzinapa, ocorrido em 2014, apontou a Comissão da Verdade e Acesso à Justiça do governo nesta quinta-feira, 18.

Segundo o documento, o sumiço e a execução dos jovens foi um "crime de Estado" seja por omissão, participação ou ações tomadas à época pelos militares e por políticos locais e federais. Além do desaparecimento, o relatório ainda apontou a culpa dos militares em outros seis assassinatos.

Conforme informou o jornal "Excelsior", após um encontro dos parentes das vítimas com o atual presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, "o subsecretário para os Direitos Humanos e presidente da Comissão da Verdade, Alejandro Encinas, afirmou que houve importantes avanços nas investigações e confirmou a existência de provas suficientes para que a Procuradoria Geral da República proceda penalmente contra 51 pessoas, incluindo 10 funcionários de federais".

Os servidores, incluindo militares, fizeram parte do governo do então presidente Enrique Peña Neto, mas o mandatário não está entre os investigados pelo crime.

A Comissão ainda apontou que o "crime de Estado foi cometido por membros do grupo criminoso Guerreros Unidos e agentes de várias instituições do Estado mexicano". Além disso, afirmam que "autoridades federais e estatais em vários níveis operaram para alterar provas e fatos existentes para levar o caso para uma conclusão diferente da verdade dos fatos".

Após o encontro com os familiares, Encinas disse que a reunião foi "difícil e dolorosa" porque, entre outros pontos, "foi oficialmente confirmado que não há nenhum indicação de que os jovens ainda estejam vivos".

Os 43 estudantes da escola Isidro Burgos desapareceram entre 26 e 27 de setembro de 2014 enquanto se dirigiam de ônibus para a cidade de Iguala. Eles queriam ir para a capital, Cidade do México, para participar de protestos.

Até hoje, restos mortais de apenas três jovens foram oficialmente confirmados e, segundo a Comissão, os militares da Marinha teriam adulterado uma área investigada em um depósito de lixo - justamente, onde foram encontrados os restos mortais dos rapazes. .

 

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