A Justiça concluiu que a modelo Priscila Barrios, de 27 anos, atirou no delegado e influenciador digital Paulo Bilynskyj e se matou em seguida no apartamento dele em São Bernardo do Campo, - namorado dela à época. O caso foi então arquivado, segundo informação confirmada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) ao Terra nesta terça-feira, 12.
O crime ocorreu em 2020. Naquele ano, o delegado contou em entrevista exclusiva ao Fantástico o que aconteceu entre ele e a ex-namorada no dia do incidente em seu apartamento. Segundo ele, Priscila agiu por ciúme.
Bilynskyj afirmou ao veículo que, na noite anterior ao ocorrido, ela mexeu no computador dele e viu uma troca de mensagens entre ele e outra mulher. "Era de antes da gente namorar, de uma admiradora do meu trabalho", disse ele em entrevista à época.
O policial também relatou que no dia seguinte levou seis tiros dela após sair do banho. Ele sobreviveu depois de passar por três cirurgias. Já Priscila morreu com um tiro no peito. Os dois viveram juntos em um apartamento por duas semanas.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que o inquérito policial instaurado pelo 1º DP de São Bernardo do Campo para apurar tentativa de homicídio seguida de suicídio foi relatado à Justiça em 25 de maio de 2021.
"Não houve indiciamentos no procedimento. A Polícia Civil esclarece que não solicita arquivamento de inquéritos junto à Justiça. O policial citado segue respondendo a processo administrativo instaurado pela Corregedoria da Polícia Civil, o qual tramita sob sigilo", disse o órgao.
Casal se conheceu pela internet
A modelo e o delegado haviam se conhecido há cerca de três meses antes do ocorrido, pela internet. Ela era de Curitiba, no Paraná, e deixou a cidade para morar com o delegado em São Bernardo. Pouco tempo após ficarem juntos, eles ficaram noivos e já estavam com casamento marcado.
Há cerca de duas semanas, o delegado postou que teve de amputar o dedo médio da mão direita, por ter sido atingido pelos disparos. "Hoje um ciclo termina. Lutei, sofri, me arrisquei. Fiz tudo que poderia ser feito, foram 8 cirurgias, mas essa é a última foto com todos os dedos. Hoje vou enfrentar a última, a amputação. A lição é simples, a nossa obrigação é lutar, todos os dias, incansavelmente, mas o futuro é de Deus", publicou ele ao contar da amputação.
Delegado se posiciona
Confira na íntegra a nota do delegado enviada ao Terra:
"No dia 20 de maio de 2020 fui vítima de uma tentativa de homicídio, fui baleado 6 vezes, no peito, mão, braços e pernas. Permaneci entre a vida e a morte por 11 dias na UTI, passei por 3 cirurgias, tive o peito e o abdômen aberto.
Passei por um período de recuperação que ainda não se encerrou, recentemente sofri a amputação de um dedo, que tentei sem sucesso reparar com mais de 8 cirurgias.
O que mais me choca foi a forma criminosa como fui taxado pela mídia que, sem nenhuma prova, me acusou de feminicida.
O crime praticado contra mim foi apurado por um extenso Inquérito Policial, no qual nunca figurei como investigado, e sim como vítima, foram realizadas perícias que em 5 anos como Delegado atuante no Departamento de Homicídios nunca vi serem realizadas.
Em junho de 2021 o Inquérito concluiu o óbvio, que eu tinha sido vítima de uma tentativa de homicídio e que a autora suicidou-se.
O Ministério Público opinou pelo arquivamento do caso, tendo em vista a morte da autora. O Juiz do caso determinou o arquivamento.
Por fim, deixo claro que sofri duas tentativas de homicídio, uma por uma mulher, outra por todos os repórteres que divulgaram informações falsas e absurdas sobre o caso.
Sinto-me extremamente decepcionado com a mídia e sua falta de honestidade intelectual. O mínimo que deveriam ter feito era um pedido formal de desculpas pelas falsas notícias divulgadas.
Dois anos do fato, um ano da decisão judicial e ainda assim nenhuma palavra."
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