FIA determina que pilotos russos corram com bandeira neutra

 

A reunião extraordinária da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) desta terça-feira, 1º, determinou que pilotos russos e de bielorrussos ainda poderão competir nos campeonatos organizados pela entidade, desde que com uma bandeira neutra. O Conselho Mundial de Automobilismo foi convocado em caráter de urgência para discutir os desdobramentos do conflito no leste europeu, após pedido da Federação de Automobilismo da Ucrânia para que o órgão regulador suspendesse as licenças de pilotos russos.

A FIA declarou também, em comunicado emitido após a reunião, que nenhum evento da organização será realizado na Rússia ou em Belarus até segunda ordem e que o GP em Sóchi está oficialmente cancelado por motivos de "força maior".

"Nenhuma competição internacional será realizada na Rússia e na Bielorrússia, até novo aviso", disse o comunicado emitido pela entidade que rege o esporte.

A nota seguiu ainda com as seguintes determinações: "Nenhuma bandeira/símbolo ou hino da Rússia/Bielorrússia para será usado em competições internacionais. Nenhuma equipe nacional russa/bielorrussa poderá participar de competições internacionais. Pilotos russos/bielorrussos, competidores individuais e oficiais poderão participar de competições internacionais apenas sob bandeira neutra ou sob a 'bandeira da FIA', sujeitos a compromissos específicos e adesão aos princípios de paz e neutralidade política da FIA."

"Nenhum símbolo nacional russo/bielorrusso, cores, bandeiras [uniforme, equipamento e carro] devem ser exibidos ou hinos devem ser tocados em competições internacionais", completou o documento.

Entenda o conflito entre Rússia e Ucrânia

No último dia 21, o presidente russo Vladimir Putin reconheceu, em decreto, a independência das províncias separatistas ucranianas de Donetsk e Luhansk. O movimento gerou sanções da União Europeia e dos Estados Unidos ao governo e a empresas russos, aumentando também o medo de um confronto na região.

A tensão escalou de vez no leste europeu no último dia 24, quando a Rússia atacou a Ucrânia em um movimento classificado por Kiev como uma "invasão total". Às 5h45 [23h45 de quarta-feira, no horário de Brasília], Putin anunciou em um pronunciamento uma "operação militar especial" para "proteger a população do Donbass", uma área de maioria étnica russa no leste ucraniano.

O comando militar russo alega que "armas de precisão estão degradando a infraestrutura militar, bases aéreas e aviação das Forças Armadas da Ucrânia". Na TV, Putin afirmou que a Rússia não planejava uma ocupação da Ucrânia, mas ameaçou com uma resposta "imediata" qualquer um que tentasse interromper a operação. O mandatário russo recomendou que os soldados ucranianos se rendam e voltem para casa. "Do contrário, a própria Ucrânia seria culpada pelo derramamento de sangue", avisou.

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Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky decretou lei marcial em todo o país, instaurando regime de guerra e convocando grande parte dos reservistas das forças armadas - inclusive impedindo que qualquer homem entre 18 e 60 anos de idade saiam do país nos próximos 30 dias.

O conflito chega nesta terça-feira ao sexto dia. Segundo o Acnur (Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas para Refugiados), mais de 600 mil pessoas já deixaram a Ucrânia. Somado a isso, cerca de 1 milhão de pessoas fugiram de suas casas, mas continuam no país.

Nesta manhã, um míssil atingiu o centro de Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, afetado um prédio do governo local no centro da Praça da Liberdade. Pelo menos dez pessoas morreram e dezenas ficaram feridas. O presidente Zelensky classificou o ataque russo como "terrorismo de Estado".

Segundo o Departamento de Defesa dos Estados Unidos, quase 75% das forças russas deslocadas para as fronteiras ucranianas já estão dentro do país. Contudo, forte resistência dos combatentes da Ucrânia têm retardado o progresso das tropas russas, embora a expectativa seja de que o exército de Vladimir Putin esteja preparando um ataque ainda mais destrutivo para tomar a capital Kiev.

 

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