Ucrânia e Otan acusam Rússia de manter tropas na fronteira

 

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta quarta-feira (16) que a Rússia não está retirando suas tropas da fronteira, mas apenas realizando algumas mudanças entre os contingentes.

   Zelenski, que decretou um "Dia da Unidade" nesta quarta-feira, data em que era cogitado um ataque russo, assistiu a algumas manobras militares perto de Rivné, no oeste, e enfatizou que seu país resistirá a qualquer eventual invasão.    

Em seguida, Zelenski viajou para a cidade portuária de Mariupol, no sudeste da Ucrânia, perto da fronteira com a Rússia, onde fez um discurso à população.    

"Não temos medo de nenhuma eventualidade, não temos medo de ninguém, de nenhum inimigo", afirmou Zelenski. "Nós nos defenderemos. Protejam seu país", insistiu.    

O presidente ucraniano acusou o governo de Vladimir Putin de não retirar as tropas russas da fronteira, mas sim fazer um revezamento. "Estamos vendo pequenas rotações. Não chamaria essas rotações de uma retirada das forças por parte da Rússia. Não vemos nenhuma mudança", disse.    

Mais cedo, os Estados Unidos e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) afirmaram também que a Rússia ainda está acumulando tropas ao redor do território ucraniano, apesar de Moscou falar que está recuando.    

A Rússia anunciou o fim dos exercícios militares na Crimeia, anexada a Moscou, onde o envio de tropas alimentou os temores de uma invasão da Ucrânia. Segundo comunicado, os soldados estão retornando às suas guarnições.    

"As unidades do Distrito Militar do Sul, após completarem sua participação nos exercícios táticos, estão se movendo para seus pontos de implantação permanentes", disse o comunicado.    

O Ministério da Defesa russa divulgou ainda um vídeo da suposta retirada de veículos militares pela ponte da Crimeia no final dos exercícios. As novas imagens mostram dezenas de tanques e veículos retornando à Rússia ao longo da ponte iluminada.    

No entanto, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, que presidiu uma reunião dos ministros da Defesa da Aliança em Bruxelas, descartou que a ameaça na fronteira tenha diminuído.    

Stoltenberg declarou que a Otan reforçará suas defesas no leste da Europa com mais mobilizações em seus países-membros fronteiriços com a Ucrânia.    

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Por sua vez, o ministro da Defesa da Itália, Lorenzo Guerini, afirmou que "as declarações feitas pela Rússia devem ser acompanhadas de fatos concretos, que sejam verdadeiramente mensuráveis e realmente deem a sensação de uma vontade de desescalar" a tensão.    

"Na reunião da Otan foi discutida a implementação de medidas de tranquilização na fronteira sudeste com a disponibilidade de alguns países para acolher essas medidas. A parte italiana confirmou a nossa disponibilidade com as contribuições necessárias a essas regras da Aliança", ressaltou o ministro italiano.

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