O principal especialista de emergências da Organização
Mundial da Saúde (OMS), Mike Ryan, rebateu nesta quarta-feira
declarações feitas mais cedo pelo presidente Jair Bolsonaro de que a
variante Ômicron do coronavírus seria bem-vinda e que poderia até
sinalizar o fim da pandemia.
Pela manhã, em entrevista, Bolsonaro minimizou o avanço da nova variante no Brasil.
"A Ômicron, que já se espalhou pelo mundo todo, como as
próprias pessoas que entendem de verdade dizem, tem uma capacidade de
difundir muito grande, mas é de letalidade muito pequena. Dizem até que
seria um vírus vacinal... segundo algumas pessoas estudiosas e sérias, e
não vinculadas a farmacêuticas, a Ômicron é bem-vinda e pode, sim,
sinalizar o fim da pandemia", disse.
Bolsonaro minimiza ômicron e sugere que pode ser "bem-vinda”:
Durante entrevista coletiva em Genebra, ao ser
questionado sobre as declarações do presidente brasileiro, o
especialista da OMS rebateu, mesmo ressalvando que não tinha
conhecimento da fala de Bolsonaro.
Ryan
afirmou que, embora a Ômicron seja "menos grave como uma infecção viral
em um indivíduo, isso não significa que seja uma doença leve". Segundo
ele, há muitas pessoas ao redor do mundo em hospitais, em UTIs,
respirando com dificuldade, o que deixa "obviamente muito claro que isso
não é uma doença leve".
"É uma doença que pode se
prevenir com vacina, é uma doença que, em grande extensão, pode ser
prevenida adotando fortes cuidados pessoais para evitar a infecção e se
vacinando", afirmou.
"Há
muito que podemos fazer. Essa não é a hora de desistir, não é a hora de
ceder, não é a hora de declarar que esse é um vírus bem-vindo. Nenhum
vírus que mata pessoas é bem-vindo. Especialmente quando, em grande
extensão, essa mortalidade e esse sofrimento é evitável com o uso
apropriado de vacinas", reforçou.
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