'Vou tentar me recuperar para voltar aos estudos', diz adolescente que perdeu braço em acidente

'Vou tentar me recuperar para voltar aos estudos', diz adolescente que perdeu braço em acidente

Gratidão e vontade de voltar logo à escola. Esses são os principais sentimentos de Ewerson Pedro Ferreira da Silva, 16 anos, após receber alta médica do Hospital da Restauração (HR), nessa terça-feira (26), onde ficou pouco mais de um mês.

O adolescente perdeu o braço direito após um acidente em um ônibus da linha Pau Amarelo/Varadouro, operado pela empresa Conorte, em Olinda, na manhã de 24 de setembro. Ewerson chegou a passar por uma cirurgia de seis horas para reimplante, que não deu certo e, então, precisou amputar definitivamente o membro.

“Primeiro, vou tentar me recuperar bem para voltar aos estudos sem olhar para trás. Atualmente, não estou sentindo dor nenhuma, só um formigamento no braço, que os médicos falaram que é normal, porque está curando por dentro”, disse o jovem à Folha de Pernambuco.

Ewerson ainda agradece todo o apoio que recebeu da equipe do hospital. “Foi um atendimento bom, tenho que agradecer muito ao pessoal de lá. Me deram alta e depois de 30 dias tem que voltar”, acrescentou o estudante.

O adolescente foi aprovado este ano para cursar o técnico de Multimídia na Escola Técnica Estadual (ETE) Ginásio Pernambucano, no Recife. Esse era, inclusive, o primeiro ano em que ele usava ônibus no trajeto para a escola.

Sobre o dia do acidente, Ewerson relatou que cochilava quando o veículo colidiu contra um poste, em Olinda. No dia, ele não conseguiu pegar o mesmo ônibus que um amigo e terminou indo no seguinte.

“Sentei lá atrás [do ônibus], peguei o fone de ouvido, botei a música e coloquei só a ponta do cotovelo do lado de fora e cochilei. Depois disso, só lembro de acordar desmaiado”, disse o garoto.

Após o acidente, duas mulheres ajudaram Ewerson. Uma delas pegou o celular de Ewerson para ligar para a família dele. “A outra falava para eu ter calma, que ia dar tudo certo, para não me preocupar. Não lembro da parte que estava intubado, só lembro depois”, continuou o jovem.

Com a família emocionada e feliz, nas palavras dele mesmo, Ewerson reitera os agradecimentos a quem o ajudou durante esse tempo.

“Eu queria agradecer primeiramente a Deus, à minha família, minha tia Leda que me ajudou muito, ao pessoal do HR, os médicos, os enfermeiros e as pessoas que fizeram corrente de oração e doação de sangue”, finalizou Ewerson.


 
Mãe relata angústia e gratidão após tudo

Mãe de Ewerson, a dona de casa Lucimery Maria da Silva, de 41 anos, lembra dos momentos de angústia no dia do acidente, quando recebeu a notícia.

“Foi muito agoniante, uma coisa que não desejo a ninguém. Costumo dizer que é como se fosse uma montanha-russa, cheia de altos e baixos. Quando vinham momentos que achava que ele estava ficando melhor, ele piorava”, disse a mãe.

Filho mais velho dela com o esposo, o instrutor de auto-escola Ewerton Ferreira, Ewerson é um menino muito “centrado, calmo e confiante”, segundo a mãe. Eles têm ainda uma filha de 11 anos. A família mora no bairro de Pau Amarelo, em Paulista, na Região Metropolitana do Recife.

“A gente da família costuma dizer que ele é a cópia do pai, é muito caseiro, eu não deixava ele sair com ninguém”, acrescentou Lucimery sobre o filho.

Durante os dias que o menino ficou internado, Ewerton e Lucimery contaram com o apoio de uma cunhada dela, que saiu da cidade de Machados, no Agreste de Pernambuco, para ajudar a família.

“Eu ficava 24 horas [no hospital], ele [Ewerton] também. Tenho uma cunhada chamada Leda, que foi um ponto chave na vida da gente, foi muito importante na recuperação dele, nos ajudou muito. Ela tirou licença do trabalho e está aqui até hoje”, completou a mãe.

Por fim, Lucimery acredita que tudo o que aconteceu com Peu, como ela carinhosamente chama o filho, trouxe muita luz para as pessoas. Ela enumera uma série de agradecimentos:

“Primeiramente a Deus. A Pedrinho, pois, mesmo estando naquela situação, transmitia muita força e muita coragem. À equipe médica da Restauração, foram pessoas que nos apoiaram e nos abraçaram, cuidaram muito bem do meu filho. Aos meus amigos, ao grupo de oração, ao pessoal que foi doar sangue. Só gratidão a todos, não quero esquecer de ninguém”, completou a mãe.

Segundo Lucimery, Ewerson Pedro deverá voltar ao Hospital da Restauração no fim do próximo mês, em 30 de novembro, para exames e avaliações.

 

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