Inflação alta afasta jovens de Bolsonaro, diz Ipec

Apoiar a reeleição do presidente Jair Bolsonaro em 2022 está fora de cogitação para 45% dos eleitores entre 16 e 34 anos, segundo pesquisa do Ipec. Eles afirmaram preferir votar em qualquer outro candidato, independentemente de suas convicções partidárias. E os motivos não são apenas ideológicos, mas também econômicos. Aliadas aos efeitos da pandemia do mortal coronavírus, a inflação alta e a dificuldade em conseguir um emprego explicam a rejeição entre os jovens medida pela pesquisa. 

Antes do governo Bolsonaro, nunca precisei deixar de comer alguma coisa pelo preço. Nunca vi os alimentos tão caros", disse a analista de transportes Gisele Caires, de 31 anos, ao explicar por que se arrependeu do voto em 2018. Assim como ela, 28% dos jovens que escolheram Bolsonaro se disseram arrependidos. E a inflação é o motivo para quase um terço deles.

Obtida pelo Estadão, pesquisa encomendada pela Fundação Tide Setubal e pela Avaaz confirma o que outros levantamentos já apontavam sobre a percepção dos jovens. Segundo o Ipec, a fração de eleitores de Bolsonaro na faixa etária pesquisada não passa de 24% - porcentual inferior ao obtido na eleição passada, quando 31% disseram ter votado no atual presidente.

O locutor Felipe Tellis, de 29 anos, sente as mesmas dificuldades de Gisele. A percepção de menor poder de compra, refeições que não têm mais carne e o espanto de ver famílias inteiras morando nas ruas. "É impossível que haja um candidato que me represente menos", afirmou.

 

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