Secretário de Saúde deixa cargo por xingar chef de vagabunda

O secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, pediu exoneração do cargo na tarde desta terça-feira, 3, após chamar a chef de cozinha Angeluci Figueiredo, do restaurante Preta, em Salvador, de "vagabunda". Em carta entregue ao governador da Bahia, Rui Costa (PT), Vilas-Boas também se desculpou pelo episódio.

 As ofensas foram divulgadas pela chef na segunda-feira, 2, mas o episódio aconteceu no domingo, 1º, depois que ela o avisou que a reserva seria cancelada devido ao mau tempo - Angeluci Figueiredo fechou o restaurante, que fica na Ilha dos Frades, após recomendação da Capitania dos Portos da Bahia, ligada ao 2 Distrito Naval da Marinha.

"Esqueça de me ver de novo aqui. E ainda paguei 350 reais pra desembarcar", diz o secretário. "Amigo o caralho! Vagabunda", escreveu o secretário em troca de mensagens pelo WhatsApp.

A chef respondeu ao secretário com um longo texto e o chamou "racista" e "misógino".

"O que autoriza uma autoridade, no exercício de uma função pública das mais relevantes do Estado - a de secretário de Saúde do Estado da Bahia, e durante uma pandemia, o que torna a sua função sinhá mais responsável - chamar uma mulher de vagabunda?", diz um trecho.

Após a repercussão negativa, Vilas-Boas se posicionou pelas redes sociais. Ele pediu desculpa diretamente a Angeluci Figueiredo:

O governo da Bahia emitiu uma nota nesta terça-feira lamentando o ocorrido. "O governo do Estado afirma lamentar o episódio, considera inadmissível qualquer tipo de agressão e manifesta total solidariedade à empresária Angeluci Figueiredo e a todas as mulheres".

Entidades e parlamentares, inclusive aliados do governador Rui Costa, repudiaram a ofensa feita pelo secretário de Saúde. A Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Bahia (OAB-BA) também repudiou a agressão sofrida por Angeluci Figueiredo. "Toda a situação em torno da ofensa, constrange não apenas Preta, mas também a toda sociedade, além de ganhar contornos ainda mais explícitos pela clara certeza de impunidade que motiva o agressor", diz trecho da nota.

 

 

 

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