A Seleção brasileira masculina de vôlei sofreu mais do que o esperado, mas venceu o Japão por 3 sets a 0, com parciais de 25/20, 25/22 e 25/20, na madrugada desta terça-feira (pelo horário de Brasília), na Olimpíada de Tóquio. Na semifinal, o adversário será o Comitê Olímpico Russo, algoz dos brasileiros na fase de grupos.
 Contra os anfitriões destes Jogos, o Brasil tinha amplo favoritismo, por
 enfrentar um rival de pouco destaque recente em competições 
internacionais. A seleção oscilou mais do que o esperado nos dois 
primeiros sets e até levou um susto no segundo, mas reagiu rapidamente, 
se impôs em quadra e deslanchou na terceira parcial.
"Já tínhamos
 o jogo na cabeça. Tivemos paciência no momento de dificuldade, de não 
rifar a bola. Conseguimos fazer o que havíamos pensado e planejado. A 
gente agrediu bastante no saque e dificultou bastante a vida deles. Essa
 foi a nossa estratégia para jogar contra eles", comentou Wallace, em 
entrevista ao canal SporTV.
Com o triunfo, os atuais 
campeões olímpicos seguem na busca pelo tetra nos Jogos de Tóquio. Na 
semifinal, vão enfrentar o Comitê Olímpico Russo, que horas mais 
cedo eliminou o Canadá também com uma vitória por 3 a 0, com parciais de
 25/21, 30/28 e 25/22. Foram justamente os rivais russos os responsáveis
 pela única derrota da seleção até agora em Tóquio, por 3 a 0, na fase 
de grupos. Curiosamente, a equipe feminina brasileira também enfrentará 
as russas na sequência, mas pelas quartas de final.
Brasil e 
Rússia costumam fazer grandes confrontos no vôlei. No masculino, o duelo
 mais doloroso na memória dos brasileiros foi a derrota de virada na 
final da Olimpíada de Londres-2012. No Rio-2016, no caminho até o ouro, 
os brasileiros levaram a melhor na semifinal. Em Tóquio, os russos 
também perderam apenas uma, para a França, seleção que o time brasileiro
 venceu por 3 a 2.
Brasileiros e russos vão decidir a vaga na 
final na quinta-feira A outra semifinal terá os vencedores de Itália x 
Argentina e Polônia x França, que jogam ainda nesta terça-feira.
No
 confronto diante dos japoneses, o técnico Renan Dal Zotto evitou poupar
 titulares no início do jogo, apesar das limitações do oponente. Sem 
surpresas, escalou a seleção com Wallace, Leal, Maurício Souza, Lucão, 
Lucarelli e Bruninho, além do líbero Thales.
Com certa 
facilidade, o Brasil saiu na frente no primeiro set. Lucarelli, 
novamente, era a grande referência do time. O caminho só não foi mais 
tranquilo porque os brasileiros abusaram dos erros bobos, por afobação, e
 demoraram para abrir vantagem no placar. Mas, quando começou a ganhar 
confiança, Renan passou a dar chance para os demais jogadores. Ainda no 
set inicial, colocou três reservas em quadra: Maurício Borges, Alan 
Souza e Cachopa.
Para a segunda parcial, o treinador retomou com 
os titulares, que levaram um susto dos japoneses. Mais concentrados, 
abriram vantagem de até quatro pontos e lideravam o placar mesmo depois 
da metade do set. Eles aproveitavam os seguidos erros do Brasil no saque
 e contavam com o brilho do levantador Sekita. Até que Lucarelli foi 
para o serviço e não decepcionou. A seleção virou para 18/17 e voltou a 
se sobrepor aos japoneses, até fechar o set.
Mais confiante e 
calmo, o time brasileiro enfim passou a se impor em quadra sem 
sofrimento na terceira parcial. Assumiu a liderança do placar com 
rapidez e sustentou a dianteira sem correr maiores riscos até acabar o 
jogo.
O maior pontuador brasileiro na partida foi Leal, com 16 
acertos, seguido de Wallace, com 13. Pelo lado dos donos da casa, o 
principal destaque foi Yuki Ishikawa, responsável por 17 pontos.