Na noite desta terça-feira, Maria Portela foi derrotada por Madina Taimazova, que representou o Comitê Olímpico Russo, na segunda rodada do judô feminino na categoria de até 70kg nos Jogos Olímpicos de Tóquio. A brasileira foi eliminada por acumular punições por falta de combatividade. Inconsolável, ela saiu do tatame aos prantos e chorou muito após amargar a injusta derrota na capital japonesa, que também tirou a atleta da disputa individual na competição - ela ainda vai lutar no torneio por equipes.
O tempo normal foi extremamente equilibrado, com as duas atletas partindo para cima e sabendo se defender com eficácia. Sem nenhuma pontuação ou punição das judocas, a luta foi para o golden score, que tem tempo ilimitado.
O cansaço bateu e as atletas logo receberam duas punições por falta de combatividade cada. Em um determinado momento, Portela conseguiu aplicar um golpe, porém o árbitro de vídeo entendeu que a movimentação não pôde ser enquadrada como wazari.
Já desgastadas, as judocas ultrapassaram a marca de 14 minutos de luta. Portela sentiu o ritmo, passou a ser mais defensiva e tomou a terceira punição por falta de combatividade, sendo eliminada. A brasileira caiu em prantos e não escondeu a tristeza com a derrota.
Em sua terceira Olimpíada, Portela, atualmente na 10ª colocada no
ranking mundial e que havia vencido na estreia a afegã Nigara Shaheen,
da equipe de refugiados, com um ippon em 28 segundos, foi guerreira e
honrou o apelido de "raçuda". Ela não escondeu a frustração e saiu do
tatame no Nippon Budokan aos prantos, talvez porque entendesse que
merecia ter vencido o combate.
"Eu queria muito vencer", disse a
brasileira, chorando copiosamente. "Tive muitos desafios para chegar
aqui. Quero agradecer todos que me ajudaram a chegar até aqui. Acho que
dei tudo ali no tatame", continuou ela, ainda aos prantos.
Com pouco mais de três minutos no golden score, a brasileira encaixou um bom golpe e derrubou a adversária no solo. Os juízes viram o lance no VAR e não consideraram wazari. Depois, após quase 11 minutos de tempo extra, recebeu o terceiro shido e acabou derrotada.
Apesar da tristeza, a brasileira evitou responsabilizar o árbitro pela derrota. "Se a gente não define, ele (árbitro) tem que definir. E quem tiver um pouco mais de iniciativa, vai levar. Não foi culpa dele. Eu tinha que ter sido mais agressiva, imposto mais o ritmo, por mais que não fosse efetiva, que foi o que ela fez e acabou levando", disse a judoca.
E Portela reconheceu o desgaste na reta final e admitiu que estava mais
conservadora do que sua adversária. "As duas estavam cansadas ali e
seria um detalhe. Como a luta estava muito longa, ela teve um pouco mais
de iniciativa no final e eu acabei tomando a punição. Eu estava
percebendo que ela estava um pouco mais desgastada, mas estava colocando
golpe na minha frente, mesmo sem efetividade", afirmou.
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